A importância dos eletrodos de estimulação

Um eletrodo é um material condutor que serve como interface entre o estimulador e os tecidos do paciente. Nas aplicações de EENM, os eletrodos são fixados sobre a pele, sendo assim chamados de eletrodos de superfície. O material com que este é construído, sua distribuição pelo corpo e o seu tamanho são considerados hoje condições essenciais para o desenvolvimento de uma contração muscular efetiva.

Os eletrodos de estimulação usados em eletroterapia são geralmente feitos de uma borracha de silício eletricamente condutora, de polímeros condutores auto-adesivos ou ainda de metais. No caso dos eletrodos de borracha, um agente de acoplamento, como um gel, um creme ou algum líquido eletrolítico, torna-se necessário para fornecer um caminho de menor resistência a passagem da corrente elétrica. No caso de eletrodos de metal – bem menos utilizados atualmente - esponjas embebidas em água são mais comumente utilizadas enquanto que os eletrodos auto-adesivos são recobertos por um condutor que serve de agente de acoplamento (Robinson & Snyder-Mackler, 2001).

Segundo Alon (1999), um bom eletrodo deverá atender as seguintes exigências:
• Condutibilidade alta e uniforme;
• Flexibilidade para se adaptar as várias áreas do corpo;
• Durabilidade e resistência à quebra por forças mecânicas ou elétricas;
• Pressão e colocação uniforme;

Lieber & Kelly (1991) avaliaram os três tipos de eletrodos relacionados anteriormente, no que se refere à capacidade de produção de força. Os eletrodos de borracha produziram o maior torque absoluto, quando comparados aos demais, apresentando maior corrente e menor impedância. Já Binder-Macleod (apud Lieber & Kelly, 1991) defende que a maior parte dos eletrodos utilizados na clínica, independente do tipo de material utilizado, tem uma resistência extremamente baixa, e chama atenção para outras variáveis que também podem afetar a resistência dos eletrodos, tais como o seu tamanho, o meio de acoplamento e sobretudo a pressão de aplicação destes sobre a pele. O autor constatou que é essencial uma pressão firme e uniforme sobre os eletrodos, para que possa haver uma condutibilidade também uniforme entre eletrodo e a pele. Se isso não for adequado, observa-se uma significativa queda na tolerância do sujeito à corrente. A intensidade da estimulação, o tamanho dos eletrodos, bem como sua adequada fixação passam a ser, desta forma, condições essenciais para a obtenção de uma contração muscular efetiva.

A área dos eletrodos necessária para a estimulação depende em parte da área de tecidos excitáveis a ser estimulada. Um eletrodo muito grande ou que foi selecionado de forma errada pode fazer com que a corrente se espalhe para as estruturas excitáveis que não o nervo ou músculo de interesse.

Por outro lado, a densidade de corrente (quantidade de corrente pela área do eletrodo) é inversamente proporcional ao tamanho do eletrodo. Desta forma, à medida que a área de contato do eletrodo diminui, a densidade de corrente aumenta; um eletrodo excessivamente pequeno para uma determinada área de ativação poderá assim, gerar um desconforto sensorial muito intenso, antes mesmo que uma contração muscular efetiva seja desencadeada. Na utilização da EENM sobre o músculo quadríceps femoral, por exemplo, grandes eletrodos de estimulação (de 8x12 ou 10x15 cm) deveriam ser utilizados; isso reduz o desconforto por uma densidade de corrente excessiva ao mesmo tempo em que garante a estimulação do grupo muscular selecionado.

A colocação dos eletrodos na EENM também é decisiva para a obtenção do efeito desejado. A orientação da técnica de colocação de eletrodos mais freqüente para esses programas é a bipolar, com eletrodos iguais em tamanho; neste caso, a habilidade relativa de cada eletrodo para ativar um nervo ou um músculo será igual, quando ondas bifásicas simétricas forem aplicadas.

Introdução l Princípios l Parâmentros

Tipos de EENM l Referências Bibliográficas